… E agora: a teoria o Labirinto

Tal como prometido, venho agora deixar umas palavras sobre o Labirinto, que em conjunto com o Fantástico, fazem o título do nosso blog. Tal como referi no post anterior, o Labirinto não pode existir, dentro é claro do universo do nosso blog, sem o Fantástico. Um implica o outro. Um dá sentido ao outro. Por isso, este post só pode ser entendido após a leitura do post “A teoria do Fantástico”.

Gostaria de deixar claro que o Realismo Fantástico, não é um caminho simples e desimpedido numa estrada em linha recta. Mas sim mais parecido com um Labirinto. Como todos os labirintos é muito fácil perdemo-nos nele. Ao contrário da “sabedoria popular” que conta que se deve trazer uma corda, que fica amarrada a algo na parte de fora do Labirinto para quando algo corre mal, eu digo que se deixe tudo fora do labirinto. Quem entrar com medo de se perder, com toda a certeza se perde. Quem não abandonar os seus “óculos sociais”, não vai conseguir ver as armadilhas que se encontram no labirinto e que seriam facilmente visíveis, caso visse tudo com os seus próprios olhos. Uma vez lá dentro já não é possível sair. Pelo menos, sair sem que algo se tenha modificado. Seja uma modificação profunda do ser, seja uma certeza de não se ter capacidade de continuar no labirinto. No entanto, para mentes inquietas, uma vez provada esta realidade alternativa torna-se muito difícil abandonar o seu conforto. O conforto de Ver com os próprios olhos, sem que nada nem ninguém nos tente ou consiga influenciar. No entanto este conforto, rapidamente se torna desconfortável para os pobres de espírito. Para esses, a nossa sociedade tem um lugar. Um lugar confortável, onde não é preciso pensar. Um lugar sempre reservado, numa sociedade sempre pronta a acolher mais um.


Mas retornando aos que apreciam este labirinto, posso dizer-vos que os verdadeiros Fantásticos gostam mais de percorrer o labirinto do que chegar ao fim do mesmo… Aliás, penso que tudo farão para não chegar ao fim. Talvez se percam propositadamente, apenas para poder continuar. E só assim faz sentido, já que chegar ao fim de um labirinto, não significa que se percorreu e explorou todos os caminhos possíveis… Logo, iremos tentar explorar todos os caminhos possíveis deste Labirinto do Fantástico, sempre com o mesmo prazer, entrega de espírito e dedicação.

1 comentário:

Sónia disse...

Julgo que o verdadeiro interesse de percorrer o Labirinto, como dizes, não é chegar ao final dele, mas sim percorrê-lo deliciando-o, aproveitando todos os recantos novos e aqueles recantos que gostamos de rever.
Aproveitar tudo aquilo que aprendemos durante esse percurso, O Labirinto não é mais do que uma prova de quão Fantástica pode ser a nossa passagem por ele.
Passar por ele de rompante, pensando apenas quando voltamos a sair é viver em função de "manadas", e nunca parar para reflectir, para ver como estamos e se queremos seguir o caminho mais fácil ou vamos dando outras voltas, outras curvas, e seguimos um caminho mais Fantástico, mais enriquecedor, mais pessoal, e criamos assim para nós mesmos um Labirinto só nosso, que escolhemos nós desenhar, que escolhemos nós definir.
Nós é que desenhamos o nosso percurso, não será alguém por nós.
Se vivemos essa passagem com medo, e levamos connosco uma corda de segurança é porque não acreditamos que somos capazes de decidir por nós próprios.
Acredito que ao fim dessas voltas todas que escolhemos dar, se ainda quisermos sair do labirinto, e ficar em campo aberto, saberemos exactamente caminhar até à saída, sem ajudas, sem cordas, sem setas, a resposta está dentro de nós, só temos de saber procurá-la.