“É preciso viver, não apenas existir” (Plutarco)



Já há muito tempo que não escrevo nada no blog, o tempo foi tanto, que fui de certa forma “aniquilada” do blog.


Porquê que não tenho escrito nada...acho que ando a gastar muitas energias a “remar contra a maré”.


Andamos por aqui a tentar perceber tudo e mais alguma coisa, o universo, as estrelas, os cometas, os planetas, se existem ou não extraterrestres, e no fundo não entendemos a nossa própria identidade, não entendemos quem somos, como são os outros. O que andamos por aqui a fazer, se temos algum objectivo e se estamos no caminho certo e se existe um caminho.
Tenho passado os últimos meses a maldizer a minha vida, centrada nos meus problemas, e tenho-me esquecido de uma coisa tão importante, VIVER.

Olho à minha volta e vejo mais de 90% das pessoas que me rodeiam, preocupadas com os problemas, a criticar outros, assim como eu tenho feito. A olhar para as vidas de todos com um olhar crítico, a olhar para a própria vida com um olhar cruel. E afinal de contas, o que estou a fazer, e o que andamos todos a fazer, é a perder tempo precioso?


Então, olhando de longe, realmente isto tudo é ridículo, é de rir, o tempo que perdemos com as pequenas coisas, com o absurdo. Mas ao mesmo tempo se tentamos encontrar o nosso “caminho”, e chamado “sentido da Vida” caímos numa rede complexa de perguntas sem resposta.


Se calhar o dito Absurdismo ou Filosofia do Absurdo é uma teoria acertada, se calhar todas as nossas buscas incessantes por um objectivo, por um sentido, por um caminho, estão destinadas a falhar. Se calhar não existe mesmo um objectivo. Se calhar Viver não é mais do que isso mesmo, Viver.


Quando digo viver, não digo existir. Existir só por si é muito pouco.


Viver implica relacionamentos, Existir é apatia, é indiferença, Viver é partilhar, Viver é falar, Viver é escrever sobre coisas que nos inundam a razão de dúvidas, Viver não é esperar pela Morte.


Então se assim é, as coisas que disse em cima que são pequenas, e com as quais perdemos tempo, são as mesmas coisas que nos dão Vida, e são as mesmas coisas a que podemos chamar Viver.
Curioso! Então olhar para a vida dos outros com um olhar crítico e olhar para a nossa com um olhar cruel, maldizer a vida, criticar os outros, viver insatisfeitos, é Viver. São os relacionamentos que temos connosco, com os outros e com o mundo que nos rodeia.


Charlie Chaplin disse "A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe."


Se calhar, quando estamos perdidos nos nossos pequenos grandes problemas, absorvidos pela nossa existência, a achar que tudo corre mal, que não temos saída, quando não vemos nenhuma luz ao fim do túnel, e nos queremos agarrar a alguma coisa superior, devemos afastar-nos, e ver como é engraçada a nossa Vida.


E continuar a vivê-la, a criticar os outros, a maldizer a vida, a desesperar, a chorar como se o mundo fosse acabar e a rir como se não houvesse amanhã.

Isso sim é Viver.

Coisas que me fazem confusão à cabeça - Vol.VI

Festivais de Verão

Se perguntarmos a 100 pessoas, 90% delas dirão que o principal destes festivais é a música.
Para mim, o principal destes festivais é a cerveja.

Tomemos por exemplo, o Optimus Alive 2009 (a acontecer em 9 de Julho deste ano).

O Bom: Metallica vem a Portugal.
O Mau: recuso-me a ir ver.

Depois do ultimo SuperBock SuperRock (onde também vieram os Metallica), tomei a decisão de nunca mais ir a concertos em festivais. Ou é um concerto dedicado, ou então não vou, por muito que isso me custe (vai ser a 2ª vez que não vejo Metallica).

E passo a explicar:

Recuso-me a ir ver concertos (não é só Metallica, mas este é o exemplo) em festivais, pela simples razão que, 90% das pessoas que lá estão, só lá estão pela cerveja.
Para mim, é inadmissível que um verdadeiro fã de Metallica (ou qualquer outro grupo) saia da multidão de "sardinhas em lata" para ir buscar cerveja, e depois, tentar voltar ao mesmo sítio com duas cervejas na mão, elevadas acima da cabeça de toda a gente.

Ou seja: esse tal fã (se pode ser chamado assim, embora eu ache que não), derrama metade da cerveja em cima da cabeça dos outros, e ainda passa o resto do concerto à procura dos amigos. Ainda lhes tenta ligar, mas diga-se de passagem que tentar usar o telemóvel com duas cervejas na mão, no meio da multidão não dá muito jeito... os amigos não ouvem o telemóvel (óbvio!!) e mesmo que atendessem não conseguiriam ouvir-se!

Tirando isto, são os corredores de gente que decidem que têm de atravessar a multidão, são os pseudo-fãs que só cantam o Unforgiven, o Nothing Else Matters, e Enter Sandman, One, Master of Puppets, e quando lhes aparece um Lepper Messiah, Ride the Lightning, ou qualquer coisa um bocadinho mais antiga e menos passada na rádio, ficam a perguntar-se se é uma música do álbum novo...

Só um "áparte":

Na altura do SBSR, existiam uns rumores que os Metallica podiam tocar algumas músicas do Death Magnetic, que ainda estava por sair.
Só pela sonoridade da música, os supostos fãs deviam pelo menos identificar o período que os Metallica atravessavam. É impossível pensar que, por exemplo, um "My Friend of Misery" fizesse parte do "Kill'em All", do "And Justice for All", do "Load", ou do "Saint Anger", ou colocar o "Some Kind of Monster" no "Ride the Lightning".

O próprio "Death Magnetic", que supostamente é um retorno ao som inicial dos Metallica, é muito diferente, embora haja algumas parecenças, como por exemplo as mudanças de ritmo no meio das músicas.


Como não tenho paciência para aturar esta gente, recuso-me.
E ainda por cima, os bilhetes são caros demais para me chatear com isso.


Só mais uma achega:

Penso mais ou menos o mesmo em relação ao cinema: detesto as pitas que não se calam nem largam o telemóvel sempre a apitar com sms, os 2 ou 3 amigos na fila mesmo atrás que tentam fazer o relato do filme e o que acham que vai acontecer (ou o que sabem que vai acontecer, pois já é a 2ª vez que estão a ver o filme) á medida que a acção se desenrola, e a besta que está sentada ao lado que só falta esticar os pés para cima do banco da frente...

O cinema já é caro, não tenho de ter de aguentar gente estúpida que não tem mais nada que fazer que estragar o filme aos outros.
Dou por mim a fazer mais 20 ou 30 Km (de bom grado!) para ir ver um filme ao Freeport (as sessões às 21h30 normalmente têm 20/30 pessoas na sala), do que aguentar salas cheias no Rio Sul Shopping, Fórum Almada, Colombo, etc.


Voltando aos concertos: Quando for ver Metallica, é porque é um concerto de Metallica, e não um festival de bebida onde a música não passa de um engodo para atrair as pessoas e assim vazar os barris de cerveja (aos milhares!).

Quem gosta de beber, que se fique pelas tascas, e deixe a música para quem gosta de música.

Embora eu pareça um pouco ríspido, não estou a direccionar esta crítica a ninguém em especial, é só o que senti da última vez que fui a um festival.
E fico um pouco aborrecido quando não consigo ver e apreciar as minhas bandas favoritas, por causa de pessoal que não tem nada na cabeça.