Coisas que me fazem confusão à cabeça - Vol.II

Mais uma vez, o meu post sobre os visitantes de outro planeta vai ter de ser adiado, porque tropecei nesta situação, no mínimo, caricata...


Uma mulher que em 2005 pediu o Livro de Reclamações num restaurante de Matosinhos aguarda ainda o resultado da queixa, mas já foi condenada em tribunal por "pôr em causa o prestígio, crédito e confiança" do estabelecimento.


Fonte conhecedora do processo disse hoje (14 de Janeiro) que o Tribunal de Matosinhos condenou a mulher a indemnizar a dona do restaurante em 300 euros e a pagar uma multa de 15 euros por dia, para remir uma pena de 75 dias de prisão.


De acordo com a sentença do caso, a arguida foi condenada porque "disse repetidamente, em tom exaltado e de modo audível para as demais pessoas que se encontravam no restaurante àquela hora, nomeadamente que a comida não prestara e que nunca tinha sido tão mal servida".

Os factos remontam a Julho de 2005, durante um jantar de um grupo de médicos e enfermeiros de um centro de saúde, para assinalar a despedida de um colega de trabalho.


Perto do final do repasto, uma das participantes considerou ter sido tratada de forma indelicada por um dos funcionários, pedindo o Livro de Reclamações.

Segundo a fonte, o Livro de Reclamações só foi fornecido depois do pagamento das refeições e após a chamada da PSP.


Na sequência desta queixa, a reclamante foi notificada pelo tribunal, em Fevereiro de 2006, de uma queixa-crime que lhe tinha sido movida pela proprietária do restaurante que viria a resultar na sua condenação.

As expressões desprimorosas para o restaurante que determinaram a condenação terão sido proferidas pela arguida no intervalo de cerca de hora e meia que mediou entre o pedido do Livro de Reclamações e a sua apresentação.


A fonte afirmou que em Dezembro do ano passado, cerca de dois anos e meio após a ocorrência, a reclamação continuava em analise nos serviços camarários.

Contactada pela Lusa, fonte da Câmara de Matosinhos disse que está a avaliar o caso, prometendo esclarecimentos em breve.


JGJ.

in noticias.rtp.pt


Ora então vamos lá a ver o que é que está mal aqui... uma pessoa é mal tratada, diz "de modo audível" o que pensa (acho que ainda temos direito a expressar as nossas opiniões...), pede o livro de reclamações e só lho dão hora e meia depois, quando chega a PSP, (da ultima vez que verifiquei, é obrigatório ter e facultar o livro de reclamações assim que o cliente o pedir), e ainda é condenada por difamação???

Meus amigos, tenham muito cuidado quando disserem mal de alguma coisa, porque senão, já sabem... E nem se atrevam a pedir o livro de reclamações, porque aí é que fica o caldo entornado!

2 comentários:

Sirius disse...

Esta situação é irreal! Gostava de saber que tipo de relação é que o dono do restaurante tem com o juiz.
Até um iletrado consegue perceber que ninguém aguenta 1h e 30m á espera do livro amarelo sem se enervar... Não percebi porque é que a lei que diz que o livro tem de ser entregue imediatamente foi ignorada. Alguém rasgou a página respectiva?

Ah, é melhor ter cuidado com o que digo, porque senão ainda me põem em tribunal por difamação… Hoje em dia nunca se sabe. Aliás, vou começar a escrever aqui da forma mais confusa possível. Qualquer coisa assim:
“Não entendo como é que quem ordena e decide, entende que o prevaricador é quem espera, algumas boas unidades de tempo, cerca de 90 para ser mais conciso, por um direito que lhe assiste e que se encontra descrito num documento que estabelece regras e limites da nossa sociedade.”

Sónia disse...

Acho absolutamente inaceitável que uma situação destas aconteça em Portugal!! Se fosse nos EUA até aceitava, tendo em conta o historial deles...mas cá?! Fico completamente estupefacta com o caso.
Qualquer dia ainda temos de agradecer termos sido mal atendidos em algum lado.
Já não basta termos de pagar os olhos da cara por qualquer coisa, ainda perdemos o direito de reclamar quando o serviço ou o produto são maus?
É inadmissível, ultrajante, vergonhoso!