
O glossário escutista[3] define estes seres como um “animal de características especiais, nocturno, e que é muito difícil de caçar. Normalmente caçam-se nos acampamentos.”
A caça aos gambozinos faz-se geralmente de noite, é muito popular em Portugal e em várias regiões da Espanha, como na Galiza, onde a estação de caça está aberta o ano inteiro, e não requer nenhuma licença especial para a prática desta actividade. A caça ao gambozino não visa a obtenção de alimento mas a conservação de tradições, é por isso considerada um desporto. É tradição organizar caçadas aos gambozinos e convidar pessoas ingénuas para ir junto. Frequentemente são levados nestas caçadas irmãos ou sobrinhos mais novos; é por isso visto como um desporto de família.
A caça aos gambozinos é considerada uma prática ancestral, e, conforme conta Ferraz (1895) no fim do século XIX, quando alguém concordava em ir à caça dos gambozinos “[…] levavão-na uma noite sombria a um sitio escuro e medonho, e collocavão-na com um sacco aberto ao pé de um buraco, como para agarrar nella os gambozinos, que costumavam sahir por alli; e assim deixavam ficar o incauto, ás vezes, até pela manhã indo-se embora, sob qualquer pretexto, a pessoa que o lá levou”[4]. Em algumas regiões do País a tradição conta também que se deve levar um luz a qual, quando se chega ao lugar desejado, é apagada deixado o ingénuo às escuras e saindo logo de seguida quem para lá o levou. Para atestar a antiguidade da tradição, Ferraz comenta ainda que “[…] d’este costume se não contão casos modernos, mas antigos, não se apontando mesmo ninguém que se tenha sujeitado a semelhante caçada”.
Embora não haja notícia de alguém que alguma vez tenha visto um gambozino, é "frequente" ouvir um ou outro fanfarrão dizer que já caçou dois ou três gambozinos, só para se vangloriar.
Acredita-se que o canto de algumas espécies de gambozinos têm propriedades especiais, que podem ser identificadas nos seguintes versos de João Monge[5]:
- “O teu coração parece
- Uma pedra sem destino
- Dizem que só amolece
- Ao canto de um gambozino”
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