Coisas que me fazem confusão à cabeça - Vol. IV

As redes sociais

Um dos grandes flagelos da sociedade. Quem nunca ouviu as palavras Hi5, MSN, Orkut?

Para que é que estas redes proliferam? Será que os jovens de hoje têm tanta coisa importante a dizer, que os tempos entre e após as aulas e os períodos de férias não são suficientes?

Na minha opinião, só existem por uma questão de competitividade, para, no fim de contas, ver quem tem mais "amigos". Na faixa etária mais activa nestas redes (14 aos 18 anos), o que conta é a popularidade, tal e qual como contava quando andávamos nós próprios na escola, mas levado ao extremo que a Internet permite, com 600 "amigos" dos quais não se sabe nada para além de uma foto e do comentário "És muita gira! Obrigado por me adicionares".

O problema é que, na Internet, a liberdade é tanta, que nada obriga uma pessoa a ser verdadeira naquilo que diz e/ou faz online.
Ou seja, as redes sociais tornam-se o local ideal para a mentira, o engano e a falsidade. Basta ver quantas pessoas têm associado ao seu perfil uma fotografia da própria pessoa. O meu palpite é de cerca de 10%.

E não vamos começar a falar do grau de anonimato que este tipo de situações proporciona a pessoas mal intencionadas (pedófilos, violadores, burlões de todos os tipos... enfim, como vemos todos os dias nas notícias).

Ou seja, 90% dos "amigos" das redes sociais são "anónimos-populares". Toda a gente os conhece, mas ninguém os conhece realmente.

E quem nunca viveu sem Internet (ou seja, qualquer pessoa com menos de 18 anos) tem uma terrível falta de raciocínio quando por alguma razão não há Internet.
"Não posso fazer os trabalhos da escola porque não tenho Internet para pesquisar", "Não sei como hei-de acabar o trabalho porque é a «Maria» que tem o ficheiro no computador, mas está com problemas na Internet e não me consegue mandar o ficheiro", etc.

Vou aqui prestar um serviço público aos mais jovens, que se deparam com estas situações (ou outras semelhantes).
Meus amigos, antes da Internet, a melhor maneira de obter conhecimento era nuns edifícios onde se guardavam uns montes de folhas de papel (inventado pelos chineses, no século II antes de Cristo), aos quais se chamam livros, normalmente organizados por temas e ordem alfabética em prateleiras. Curiosamente, alguns desses edifícios, frequentemente referidos como bibliotecas, sobrevivem nos dias de hoje, e, se procurarem na Internet com afinco, de certeza que ainda encontram a morada de uma perto de vossa casa.

E, se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha. De certeza que, se a «Maria» está na mesma escola, não deve morar muito longe. Se são capazes de perceber como funciona um computador, não devem ter problemas em interpretar o horário dos autocarros.

Deixem-se disso, vão para a rua brincar às escondidas, ou à apanhada, ao berlinde, à carica, ao pião, jogar à bola, andar de skate ou de bicicleta, ou aquilo que vocês quiserem... e se os vossos pais não vos deixarem, lembrem-nos que eles fizeram o mesmo quando eram da vossa idade e não morreram por causa disso.

2 comentários:

Sirius disse...

Nem mais. É triste ver a realidade de uma das futuras gerações do nosso país. Vamos ver se não é uma das gerações que se perdem.

Jovenitto disse...

Pois... se calhar até era melhor que se perdesse. Uma geração "recauchutada" não deve ser muito boa para o país...